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Fotografía: JOSÉ CARLOS CARVALHO

Fonte: Expresso

Quatro altos-quadros da TAP terão permitido e ajudado a montar em Portugal um esquema de falsa prestação de serviços da companhia aérea à Sonair, uma empresa subsidiária da Sonangol

A Transportadora Aérea Nacional (TAP) foi utilizada por responsáveis da petrolífera angolana Sonangol num esquema de branqueamento de capitais – mais de 25 milhões de euros -, de acordo com uma investigação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária.

Para isto, segundo o Ministério Público, a empresa petrolífera terá contado com a colaboração de quatro altos quadros da TAP. Um dos nomes referenciados pelo matutino é o do ex-administrador da TAP Fernando Jorge Alves Sobral. Os outros três nomes da TAP referenciados estão todos ligados à área da manutenção: José Santos, Vítor Pinto e Pedro Pedroso. Esta notícia é avançada pelo “Correio da Manhã” esta sexta-feira.

De acordo com a acusação do MP, os quatro terão permitido e ajudado a montar em Portugal um esquema de falsa prestação de serviços da TAP à Sonair, uma empresa subsidiária da Sonangol. Este sistema servia para os responsáveis da petrolífera colocarem em Portugal, de forma dissimulada, elevados valores com proveniência ilícita.

Ao todo, mais de 25 milhões de euros circularam por diversas contas – através de sociedades offshore – até ao destino final: as contas de responsáveis angolanos da Sonangol.

Os quatro antigos responsáveis da TAP agora acusados pelo DCIAP irão responder pelos crimes de corrupção ativa com prejuízo no comércio internacional, branqueamento e ainda falsificação de documentos.

Há ainda outros três acusados neste processo: os advogados João Gomes Correia, Miguel Alves Coelho e Ana Paula Reais. Para o Ministério Público, estes terão sido intermediários no complexo esquema de branqueamento – através de falsos serviços de consultadoria.