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Fonte: Radio Angola

Os membros do “Movimento do Protetorado” que reivindica à autonomia da Região das Lundas, acusam Ernesto Muangala, governador da província Lunda-Norte, de supostamente ser o “cúmplice” pelas mortes e feridos de manifestantes que saíram às ruas em protesto para exigir autonomia, fim das perseguições e liberdade aos activistas do Protetorado detidos desde janeiro do corrente na cadeia de Cacanda.

Continua tenso o ambiente no seio da população das províncias das Lundas Norte e Sul, isto depois da “manifestação pacifica” que segundos relatos, foi “brutalmente” reprimida pelas autoridades policiais, no sábado, 24 de Junho, quando os membros pertencentes ao “Movimento do Protetorado da Lunda Tchokwe”, saíram às ruas de Cafunfo, Cuango, Saurimo e outras localidades, para exigir aquilo que entendem ser a violação dos seus direitos.

A Rádio Angola conversou com alguns membros do “Movimento do Protetorado” que relataram que, depois da manifestação em que centenas de cidadãos protestaram-se, “assiste-se agora a caça ao homem, numa total perseguição às populações que fazem parte do Movimento do Protetorado”, sublinhando que os habitantes daquela região do país, “vivem dominados pelo pavor das autoridades policiais”.

Segundo dados avançados no local, o uso da força por parte da Polícia de Ordem Pública e de Intervenção Rápida (PIR), que terão feito disparos à queima-roupa contra a população indefesa, resultaram na morte imediata de dois manifestantes, doze feridos e mais de setenta detidos. Os membros da organização que não se “calam” em reclamar e exigir à autonomia administrativa da Região das Lundas, , acusam por esta razão Ernesto Muangala, governador da província Lunda-Norte de supostamente ser o “cúmplice” pelas mortes e feridos.

Em declarações à Rádio Angola Ouvido a partir da região do Cuango, Luxindo Lixindo, membro do “Movimento do Protetorado” relatou a esta publicação que a “manifestação pacifica” foi convocada dentro dos marcos da da Constituição da República e da Lei sobre a manifestação, e terá sido comunicada ao Governo Provincial da Lunda-Norte. “Quando eram 7h:22 minutos, no sábado, 24 de Junho, a Polícia da Segunda Esquadra do bairro Luzamba, surpreendeu-nos sem respeito e começaram logo a fazerem tiros contra nós que estávamos concentrados”.

O activista Luxindu Luxindu e demais membros do “Protetorado das Lundas”, não têm dúvidas e atiram-se mesmo contra o governador local, Ernesto Muangala de alegadamente ser o “mentor daquilo que foi a brutalidade” dos agentes da corporação. Para o membro da referida agremiação, Ernesto Muangala “não impediu que os polícias massacrassem os manifestantes por ser ele o mandante”. “O governador não poderia impedir com que a polícia disparasse contra os manifestantes pacíficos porque ele é o causador e orientador de tudo o que aconteceu”, disse, para quem foi o governador da província que introduziu a Polícia de Intervenção Rápida (PIR), para às regiões do Kafunfo, Cuango e outras, com propósito de matar, tal como fizeram mesmo. Ele é que matou os manifestantes, por mandar a PIR disparar contra a população”.

Luxindu Luxindo refere que a manifestação pacifica visou apenas exigir autonomia da região Lunda, fim de perseguições e libertação dos activistas que para ele foram detidos arbitrariamente. Entretanto, uma das duas vítimas mortais é o senhor Pimbi Txifuti, que segundo testemunhas no local ouvidos pela Rádio Angola, o mesmo foi atingido na região do abdómen quando se dirigia para a cantina do do seu irmão Domingos se preparava para assistir, com uma grande caravana, ao comício do MPLA no município de Capenda-Camulemba.

Acompanhe aqui a entrevista que o senhor Luxindu Luxindu, membro do “Movimento do Protetorado das Lundas” concedeu à Rádio Angola, sobre a manifestação de sábado, 24 de Junho, em que se saldou em dois mortos, doze feridos e dezenas de cidadãos detidos: