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Por Pedro Gonga|Radio Angola

RELATO DO MASSACRE NAS LUNDAS

Tudo começou na madrugada de hoje, quando por voltas das cinco horas da madrugada, a vila de Cnfunfu registou um clima de instabilidade, um clima de guerra. Tudo por causa da Manifestação que havia sido convocada pelo Movimento Protetorado da Lunda Norte a realizar-se hoje, 30 de Janeiro na Lunda Norte município do Cuango vila de Canfunfu. que exigia de outros objectivos a melhoria de condições de vida das populações das Lundas e do país.

Nas primeiras horas do dia, a vila de Canfunfu estava toda militariza com todo o tipo de militares do Estado. Disparos, detenções, torturas, mortes é o que registava na Vila. A população até ao momento que redigimos esse comunicado, continua cercada em suas residências. Segundo relatos de pessoas mais próximas ao hospital regional de Canfunfu, há registo de 7 mortes confirmados. Esses números são provisórios, há mortes ainda por se confirmar.

“Não conseguimos ainda apurar os números definitivos porque as ruas continuam militarizadas, ninguém circula, quem assim o fizer, corre o risco de perder a vida”, afirmou a nossa fonte local.

Segundo a nossa fonte local, que por motivos de sua segurança não podemos identificá-lo, confirma-nos que o Protesto foi comunicado as autoridades locais que, de acordo com a resposta que os promotores tiveram acesso pda Administração local, não autorizava o grupo a realizar o tal protesto, porque justifica a Administração não reconhecer o movimento e que não há necessidade da realização do protesto.

Na manhã de hoje, mais de 5 centenas de cidadãos saíram as ruas em grupos. A força militar totalmente arma, tomou as ruas nas primeiras da manhã respondeu com disparos, detenções, torturas e mortes. Por mais que a Administração não autorizar a realização do protesto que é já uma clara violação dos Direitos Humanos, pois de acordo com a nossa Constituição as manifestações não são autorizadas. Mas, nessa altura o que nos importa não a autorização ou não da realização do protesto, mas sim, condenar os actos de assassinato. Nessa altura, nem a esquadra da Polícia, nem as viaturas e os bens valem mais que a vida humana.

A nossa fonte desmente também o comunicado tornado público pela Polícia Nacional que dá conta de que os Manifestantes estavam “supostamente” armados com armas de fogo do tipo AKM, caçadeiras, ferros, paus, armas brancas, com pequeno engenho tendo se dirigido a esquadra de Canfunfu para a sua ocupação. De acordo com a nossa fonte, os manifestantes saíram as ruas de forma pacífica e ordeira, com intuito de exercerem os seus direitos constitucionalmente consagrados.
“Nas Lundas não existe civis militarizadas contra o Estado. Não vimos ninguém na manifestação com arma para além dos militares. É uma farsa da polícia, ela quer se livrar das suas responsabilidades e culpabilizar os manifestantes, isso é uma farsa”, afirmou.

Quanto aos números definitivos de mortes e feridos, a nossa fonte afirma que os números definitivos serão conhecidos quando a vila estiver mais calma e a circulação voltar a normalidade.

“Iremos fazer o levantamento de dados reais nas próximas horas ou dias, pois, nessa altura alguns cidadãos e promotores da Manifestação encontra-se foragidos nas matas de forma dispersa. Temos que aguardar, é possível que aparece familiares a procurarem os seus ente queridos, e aí apurarmos os dados definitivos”.

A vida humana ale mais que qualquer bem, por isso, condenamos tais actos e exigimos que o Governo angolano na sua pessoa o Presidente da República João Manuel Gonçalves venha publicamente esclarecer os motivos do assassinato e qual é a finalidade desse acto bárbaro que nos reflete ao Massacre do Monte Sumi no Huambo. É hora de pormos fim a esses acontecimentos, se já aconteceu no Huambo e hoje nas Lundas, amanhã poderá ser numa outra localidade. Por isso, devemos dar um BASTA.

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